segunda-feira, 30 de setembro de 2013

ESCRITORES DA LIBERDADE (FREEDOM WRITERS) - 2007

Este filme é baseado em fatos reais e conta a história da professora Erin Gruwell ao começar a lecionar a turma 203 do 2º grau no Colégio Wilson. Após sua primeira aula, Erin percebe que a educação naquela escola não era como ela tinha imaginado.

Sua turma, assim como toda a escola, é heterogênea, dividida em gangues e etnias, ocorrendo, então, muitas desavenças e brigas violentas. Mesmo um pouco decepcionada ao descobrir o desinteresse dos alunos pela aula, ela não desiste de tentar superar as barreiras ali encontradas. A professora G, como também era chamada pelos alunos, começa a utilizar características comuns às vidas deles para lhes ensinar a matéria, fazendo com que eles se interessem um pouco mais. Também faz algumas atividades que acabam tocando suas consciências.
Um dos projetos de Erin era que seus alunos lessem “O Diário de Anne Frank” e que, após a leitura, fizessem seu próprio diário, contando tudo que quisessem: seus sentimentos, pensamentos, o que já havia se passado na vida deles, o que sonhavam. Ao ler seus diários, Erin apenas reforçou sua decisão de não desistir de seus alunos. Quando soube que a escola não emprestaria os livros aos alunos, arrumou um segundo emprego para poder comprar os livros para sua turma. Sem nenhum apoio da diretoria da escola ou de outros professores, resolveu agir sozinha, começando um terceiro emprego, para tentar conseguir recursos para viagens culturais.
Depois de lerem “O Diário de Anne Frank”, a professora G pediu, como trabalho sobre a leitura, que escrevessem uma carta para Miep Gies, a mulher que havia protegido Anne Frank, falando sobre o que acharam do livro. Os alunos, empolgados, têm a idéia de realmente mandar estas cartas. Assim, eles mesmos angariam fundos para pagar todas as despesas que haveria. Foi estudando a história do holocausto que a turma 203 passou de guetos para uma única família sem preconceitos, onde se sentiam bem e felizes. Por isso ficaram muito abalados ao saberem que Erin não ensinaria a terceira nem a quarta série, que teriam outros professores.
Por acharem que acabariam voltando a serem como eram antes, insistiram com autoridades da educação que a professora recebesse permissão para continuar a lecionar para eles. O que conseguiram, após muito esforço. Erin doou-se a sua causa pessoal, a melhora na qualidade ensino e nas relações entre professor e aluno, mudando a vida de todos, levando algum significado a suas existências.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

DAMAGE (1992) - PERDAS E DANOS

One of the most sublime and hazardous moments in human experience comes when two people lock eyes and realize that they are sexually attracted to one another. They may not act on the knowledge.
They may file it away for future reference. They may deny it. They may never see each other again. But the moment has happened, and for an instant all other considerations are insignificant.
Early in Louis Malle's "Damage," such a moment takes place between Dr. Stephen Fleming, a British government official, and Anna Barton, a young woman he has met at a reception. But it is wrong to describe it as a moment. They speak briefly, their eyes meet, and then each holds the other's gaze for one interminable second after another, until so much time has passed that we, in the audience, realize we are holding our breath.
There might have been a moment when they could have broken the spell, but both chose not to, continuing the moment far beyond the bounds of propriety or reason - particularly since Anna (Juliette Binoche) has just told Stephen (Jeremy Irons) that she is his son's fiancee.
This moment is followed by another that is remarkable for being so abrupt. Stephen sits at his desk. The telephone rings. A voice: "It's Anna." He replies: "Tell me where you are and I'll be there within an hour." And so begins their love affair, passionate and obsessive, reckless and heedless of harm to others. It is not that they want to hurt anyone, and it is not even that they want a sexual dalliance. This is something different. Indeed, they both love Martyn (Rupert Graves), Stephen's son, and plans for the marriage of Martyn and Anna continue uninterrupted.
"Damage" is not about romance but about obsession, about erotomania on the part of the older man, and about complex and hidden feelings on the part of the young woman. She is attracted to Stephen, yes, but there is more than that.
When she was young she suffered a traumatic loss, and she describes herself as "damaged" She would not hurt him, not by an overt act, but her presence will eventually lead to harm. Watching this movie is like watching an emotional traffic accident as it unfolds.
The film is based on the best seller by Josephine Hart, which had a certain undeniable power, but the right place for this material is the screen, I think, because it can show exactly how the two look at one another. This is a movie about sight; from the first moment the two meet, it is filled with what is seen and what is not seen, as Stephen suffers though a dinner party with his wife, his son, Anna and her mother - and some observe, and some do not, what has happened.
Casting is everything here. Stephen could easily come to seem like a fool, and some actors could have played him no other way.
Jeremy Irons, gaunt and aesthetic, brings no fleshy pleasure to the role. Love makes him look like a condemned man, and he feels guilty about sleeping with his son's fiancee, but he must, he cannot help himself, and so he does. The heart knows what it must have.
Juliette Binoche also embodies qualities that are essential to the film. She is attractive, but not in a conventional movie way; her face is solemn and serious, and she is capable of showing nothing and yet suggesting multitudes. Godard chose her for the title role of his "Hail Mary," Andre Techine cast her as a sexual tigress in "Rendezvous," and in Phillip Kaufman's "The Unbearable Lightness of Being," she was the young woman who the doctor saw for a moment in a train station, and who come to stay with him, and who he could not deny. It is clear that all three directors saw her as somehow outside the norm, as an actress who could portray sexuality without descending to its usual displays.
Louis Malle is a director who has specialized in varieties of forbidden sex. His credits include "Pretty Baby," about a photographer's child model, and "Murmur of the Heart," about incest.
His screenplay is by the playwright David Hare, who does an excellent job of surrounding these people with convincing characters whose very ordinariness underlines the madness of their actions. Miranda Richardson plays Jeremy Irons' wife, and is magnificently angry in the powerful closing scenes. Leslie Caron is Anna's mother, who knows her daughter well, and sees what is happening. And Rupert Graves is warm and likable as the son.
"Damage," like "Last Tango in Paris" and "The Unbearable Lightness of Being," is one of those rare movies that is about sexuality, not sex; about the tension between people, not "relationships"; about how physical love is meaningless without a psychic engine behind it. Stephen and Anna are wrong to do what they do in "Damage," but they cannot help themselves. We know they are careening toward disaster. We cannot look away.
 
 
 
 

domingo, 8 de setembro de 2013

A IMPORTÂNCIA DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS PARA A COPA 2014

A Copa do Mundo de 2014, segundo a FIFA deve atrair mais de 500 mil turistas para o Brasil, movimentando inúmeros setores da nossa economia, gerando empregos e muit...as possibilidades de negócios para as empresas. Um gargalo histórico, entretanto, precisa ser enfrentado para que os brasileiros consigam receber bem os visitantes estrangeiros, oferecendo-lhes uma experiência positiva. Para manter uma comunicação básica com o turista, fator fundamental para um atendimento de qualidade, será necessário saber falar inglês. Sejam em lojas, hotéis, bares, restaurantes, farmácias, seja em qualquer outro tipo de comércio ou prestação de serviços, é fundamental que pelo menos parte do staff domine algumas ferramentas básicas da língua inglesa, que permitam estabelecer uma comunicação eficiente com o turista estrangeiro. O inglês nunca foi tão essencial no Brasil! Esse mega evento vai gerar diversas oportunidades de emprego no país, mas a maioria das vagas exige fluência da língua inglesa, a língua mais falada do mundo. Turistas, empresários, jornalistas e atletas de praticamente todos os lugares do mundo estarão aqui para prestigiar os eventos. O Silvia´s oferecerá cursos rápidos voltados para a Copa durante todo o mês de junho para estes visitantes!!! Welcome!!! bem-vindos!!! bienvenido!!!

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

FERNÃO CAPELO GAIVOTA – RICHARD BACH (JONATHAN LIVINGSTONE SEAGULL - A STORY)


            (...) Como se sabe, as gaivotas nunca se atrapalham, nunca caem. Atrapalhar-se no ar é para elas desgraça e desonra.

         Mas Fernão Capelo Gaivota — sem se envergonhar, abrindo outra vez as asas naquela trêmula e difícil curva, parando, parando... e atrapalhando-se outra vez! — não era um pássaro vulgar.

        A maior parte das gaivotas não se preocupa em aprender mais do que os simples fatos do voo — como ir da costa à comida e voltar. Para a maioria, o importante não é voar, mas comer. Para esta gaivota, contudo, o importante não era comer, mas voar. Antes de tudo o mais, Fernão Capelo Gaivota adorava voar.

          Esta maneira de pensar não o popularizava entre os outros pássaros, como veio a descobrir. Até os próprios pais se sentiam desanimados ao vê-lo passar dias inteiros fazendo centenas de voos rasantes, sozinho. Ele não sabia por que, por exemplo, quando voava sobre a água a uma altitude menor que a metade do comprimento das suas asas abertas, podia manter-se no ar mais tempo, com menos esforço. Esses voos rasantes não terminavam com a habitual amaragem de pés hirtos que feriam a água. Ele amarava de mansinho, os pés apertados contra o corpo, deixando apenas um rasto borbulhante. Quando começou a treinar as aterragens deslizantes na praia, e a contar em passos o comprimento do rasto na areia, os pais começaram a ficar deveras desanimados. (...)

         — Por quê, Fernão, POR QUÊ? — perguntava-lhe a mãe. — Por que é que lhe custa tanto ser como o resto do bando? Por que você não deixa os voos baixos para os pelicanos, para o albatroz? Por que não come? Filho, você está que é só pena e osso!

         — Não me importo de estar só pena e osso, mãe. Eu só quero saber o que posso fazer no ar e o que não posso, é tudo. Só quero saber isso. (...)

       Não tardou muito que Fernão Gaivota voltasse a pairar no céu, sozinho, longínquo, esfomeado, feliz, aprendendo. O tema era a velocidade. Ao cabo de uma semana de prática, conseguira aprender mais sobre velocidade do que a gaivota viva mais rápida.

        A trezentos metros de altura, batendo as asas com toda a força de que era capaz, lançou-se numa vertiginosa picada direta às ondas e aprendeu por que razão as gaivotas não fazem vertiginosos mergulhos picados. Em escassos seis segundos passou a mover-se a cento e vinte quilômetros por hora, velocidade que desequilibra a asa no arranque para a subida.

        Aconteceu então nessa manhã, logo a seguir ao nascer do sol, que Fernão Gaivota atravessou o Bando da Alimentação como uma bala, riscando o céu a trezentos quilômetros por hora. (...)

         Na sua mente latejava o triunfo. Velocidade máxima! Uma gaivota a

TREZENTOS E VINTE QUILÔMETROS POR HORA! Era uma vitória, o maior momento da historia do bando. (...)

        Como vale a pena agora viver! temos uma razão para estar vivos! Podemos subtrair-nos à ignorância, podemos encontrar-nos como criaturas excelentes, inteligentes e hábeis. Podemos ser livres! PODEMOS APRENDER A VOAR!" (...)

As gaivotas estavam reunidas em conselho quando ele aterrou, e, segundo parecia,

já estavam em reunião havia algum tempo. Na realidade, estavam à espera dele.

          — Fernão Capelo Gaivota! É chamado ao centro! — As palavras do Mais Velho foram pronunciadas no tom mais solene. Ser chamado ao centro só podia significar grande vergonha ou grande honra. Ser chamado ao centro por honra era a maneira como eram designados os principais chefes das gaivotas. "Claro", pensou, "o Bando da Alimentação esta manhã viu o triunfo! Mas eu não quero honras. Não me interessa ser

chefe. Só quero partilhar o que descobri, mostrar a todos esses horizontes que estão à nossa frente." Avançou um passo.

         — Fernão Gaivota — disse o Mais Velho — é chamado ao centro por vergonha aos olhos das gaivotas suas semelhantes!

Foi como se lhe batessem com uma tábua. Os joelhos enfraqueceram-lhe, um enorme rugido ensurdeceu-o. "Ser chamado ao centro por vergonha? Impossível! O triunfo! Eles não podem compreender! Estão errados, estão errados!"

        Fernão Gaivota passou o resto dos seus dias sozinho, mas voou muito além dos Penhascos Longínquos. A solidão não o entristecia. Entristecia-o que as outras gaivotas se tivessem recusado a acreditar na gloria do voo que as esperava. Recusaram-se a abrir os olhos e ver. (...)

        O que outrora desejara para o bando tinha-o agora só para si. Aprendera a voar e não lamentava o preço que pagara por isso. Fernão Gaivota descobriu que o tédio, o medo e a ira são as razões por que a vida de uma gaivota é tão curta, e, sem isso a perturbar-lhe o pensamento, viveu de fato uma vida longa e feliz. (...)

BACH, Richard. Jonathan Livingstone

 Seagull – a story. Avon Books, 1970.