domingo, 18 de agosto de 2013

FRANKENSTEIN, DE MARY SHALLEY

Influenciada por leituras de histórias de fantasmas alemãs e francesas, Mary Shelley criou a história de Frankenstein na Suíça, numa noite de insônia, no verão de 1816. Segundo suas próprias palavras, Mary "viu" nessa noite a cena central de sua história: o jovem cientista apavorado diante da grotesca criatura a que acaba de darvida. Seu conto começava com a frase: "Era uma noite lúgubre de novembro...", que na versão definitiva do romance corresponde à abertura do capítulo V, justamente aquele em que se narra o momento em que a criatura de Frankenstein ganha vida. A primeira edição do romance data de 1818.
 
Primeiramente, vamos conhecer os personagens principais da história:

Victor Frankenstein
Victor Frankenstein nasceu em Genebra, era o filho mais velho de uma ilustre família. Como elemesmo diz no romance, teve uma infância agradável graças a seus pais e Elizabeth. Mesmo sendo criança tinha um gênio forte, fortes paixões e uma sede deconhecimento. O seu primeiro interesse foi a poesia, depois teve alguma atençãonas ciências. Esse interesse rapidamente virou uma obsessão: ele dedicou-secompletamente a aprender "os segredos do céu e da terra". Essa obsessão foimarcada pela mudança radical da sua personalidade e saúde. Só depois da criaçãodo monstro que Victor começou a pensar sobre as conseqüências das suas ações.A obsessão tinha cegado-o pelo o que tinha feito antes. Ele não tinharesponsabilidade para o que estava acontecendo. Atualmente parecia quereresquecer tudo, mas é claro que o monstro não deixava.Depois de o monstro contar toda sua estória, Victor sentiu sua dor. Ele sentiu-seresponsável pela sua criação. O sentimento de pena pelo monstro desapareceuquando Elizabeth foi morta. A única coisa que Victor podia sentir era ódio.
 
Acostumado a criar vida a partir de matéria sem vida, agora se tornou culpado pelamorte da sua família e amigos, e pela sua recém criação de vida: o monstro.Rumo ao fim da vida, o ódio desapareceu. Contando a história de sua vida, eleassegurou-se que essa história era algo do passado e que serviria como um avisopara as gerações futuras. Disso deve ser concluído que o que ele fez foi errado eque finalmente ele se responsabilizou pelos seus atos.
 
Elizabeth Lavenza Frankenstein
Órfã ainda muito nova, Elizabeth morou com uma família camponesa Milanese antesde ser adotado pelo pai de Victor. Ela foi levada para Genebra onde foi criada comose fosse filha legítima. No momento que entrou na casa, Elizabeth quis tornar-seesposa de Victor. Victor sempre pensava em Elizabeth como "nenhuma palavra,nenhuma expressão pode descrever o tipo de relação que ela mantinha comigo -mais do que minha irmã, até a morte ela será só minha", portanto o casamento delesseria algo inevitável.Uma limpa descrição da aparência de Elizabeth é dada quando os pais adotivosfalam "essa criança era muito bonita, seus cabelos brilhavam como ouro, e apesarda pobreza de suas roupas, parecia que colocaram uma coroa em sua cabeça. Suasobrancelha era limpa e larga, seus olhos azuis pareciam nuvens, e seus lábios esua face moldada era expressão de sensibilidade e doçura que ninguém poderiaimaginar sem ter olhado para ela; um ser divino, e carregando uma marca celestialem todas as suas qualidades." Todas as palavras para descrevê-la pode parecer umsímbolo de bondade angelical.
 Em outro ponto do romance encontramos outra descrição de Elizabeth: Era umaperfeita jovem de classe média, calma e concentrada, não prejudica ninguém, ama apoesia e é sempre leal com seus amigos e sua família.

Alphonse Frankenstein
Alphonse era o pai de Victor, um homem nobre, respeitado pela comunidade. Eleera muito protetor e leal com a sua família e amigos. Por exemplo, ele sempreesteve ao lado do filho quando foi acusado de assassinato, nunca questionou suainocência. Ele adorava sua esposa Caroline. Alphonse era educado, extremamentebom e tinha um ótimo autocontrole.


Caroline Frankenstein
Caroline era uma pessoa extremamente carinhosa, que cuidava da doença do paipor vários meses. Seu trabalho era muito pesado, e várias vezes recebia muitopouco por ele. Depois de se casar com Alphonse, ela tornou-se a guardiã angelicalda pequena fortuna. Ela era sensível e perdoava muito fácil as crianças, era umaperfeita mãe. A descrição de Caroline pode ser comparada com a de Elizabeth,ambas parecem ser imagens definidas da feminilidade em meados do séculodezoito.

Henry Clerval
Henry era o único amigo de Victor. É difícil determinar exatamente porque eles erambons amigos, pois era uma relação unilateral.O MonstroA terrível aparência do monstro, que não tinha nome, é descrita pelo seu criador: Ele é feito de várias partes de corpos diferentes, tinha pele amarela, "quase coberto demúsculo e artérias", cabelo preto, dentes brancos e era muito feio, ele tinha os"lábios enrugados, pretos e largos". Tinha características suficientes para serconsiderado um monstro. Sua aparência foi a causa de todos os problemas. Aspessoas sentiam medo ao vê-lo. A incapacidade de contato pessoal e o resultado doisolamento foi que dirigiam o monstro aos seus crimes. Ele tinha tentado comunicar-se com as pessoas em várias ocasiões, mas sempre foi rejeitado.Como já tinha perdido as esperanças, refugiou-se numa pequena casa perto dafloresta, de propriedade de um homem chamado De Lacey. Ele (o monstro)observou os moradores da casa por alguns meses, aprendendo suas linguagens eseus hábitos, no entanto, continuava se isolando devido à sua aparência física: "Euera sozinho por não ter ninguém como eu." Ele desejava carinho, proteção ecompanhia. Quando se convenceu de que De Lacey era bondoso, decidiu tentarfazer contato com ele. A conversa com o velho foi positiva, porque De Lacey eracego, e a aparência do monstro não podia influenciar a conversa.Porém, outro membro da família retorna de surpresa, e ao ver o monstro, o expulsada casa. Ainda assim, ele se recusa a pensar mal da família e culpa a si mesmo por ter se mostrado. Após esse encontro, a família se foi permanentemente da casa,momento em que o monstro começa a sentir emoções negativas como ódio evingança. Entretanto, esses sentimentos não eram em relação à família do velho, esim em relação ao seu criador. Mais tarde ele afirma que todas as mortes causadaspor ele não o fizeram sentir-se melhor. Ele diz que era "escravo de um impulso quedetestava, mas ainda assim não podia desobedecer".O monstro é tomado pela fúria e pelo ódio. Quando ele percebe que a sua últimavítima, Victor Frankenstein, já está morto, ele sente remorso, e conclui que nuncahaverá um ser humano que "me perdoaria a aparência física e me amaria pelasexcelentes qualidades que eu era capaz de revelar". Com um imenso ódio a simesmo, ele prometeu a Walton que "reduziria a pó esse quadro miserável" de modo que as futuras gerações curiosas não criarão "outro como eu fui".

A história toda começa com uma série de cartas escritas por um explorador do Ártico chamado Robert Walton, descrevendo os eventos ocorridos quando seu navioencalhou no gelo. Como estava há centenas de milhas de qualquer local habitado, atripulação surpreende-se ao ver um homem de estatura aparentemente gigantescanum trenó. No dia seguinte, eles resgatam um segundo homem, quase congelado, eofereceram a ele abrigo. Com a ajuda de Walton, o homem recupera-se um pouco.Temendo morrer, esse homem pede a Walton para ouvir e registrar a sua história,que explicava o que o levou àquele deserto gelado. A partir desse ponto, é o Dr.Victor Frankenstein, nascido em Genebra, Suíça, filho de uma ilustre família, quemcomeça a contar a história. Quando criança, Victor teve contato com escritos de alquimistas, esquecidos desdeo advento do racionalismo da era moderna. Quando ingressa na Universidade de Ingolstadt, Alemanha, ele combina seus estudos de ciências naturais com a suaantiga obsessão de descobrir o "elixir da vida". Ele cresceu com uma órfã, ElizabethFrankenstein e mais dois irmãos. Victor Frankenstein não tinha amigos, Henry Clerval foi uma exceção.Ele era particularmente fanático por matéria humana e o princípio da vida. Depois dequatro anos como estudante fanático, num laboratório isolado consegue reunirpedaços de corpos roubados de cadáveres do necrotério, do cemitério e da sala dedissecação da universidade. Victor pretendia dar vida à matéria morta e obtémsucesso na sua experiência, mas fica horrorizado com a coisa que havia criado, efoge do laboratório. Voltando lá no dia seguinte, percebe que a criatura tinha desaparecido.

Victor procura associar todo o acontecimento com um simples pesadelo, mas cercade dois anos depois, recebe a notícia do assassinato de seu irmão William, de seteanos. A ama do menino foi acusada do crime.Frankenstein intui, porém, a verdade: aquele monstro que ele criara é, de algumaforma responsável pela morte, mas ele não tem provas, e qualquer tentativa deafirmar isso faria com que o chamassem de louco.Justine, a ama, é enforcada, e agora Frankenstein tem duas mortes na suaconsciência. Buscando refúgio e isolamento, Frankenstein vai para os Alpes, eacaba se encontrando com a sua criação, que relata o que acontecera naqueles doisanos. Ao ser desertado por seu criador, a criatura aprendeu a viver nas florestas, atéencontrar um lugar seguro perto de uma cabana habitada por um ancião cego e suafamília.Observando-os pelas frestas na paredes, familiariza-se com a vida em sociedade.Pegando livros escondido na cabana, ensina a si mesmo a ler, absorvendo aliteratura romântica, bem como papéis de Victor Frankenstein, que ele carregaraconsigo na fuga do laboratório. A criatura finalmente ousa apresentar-se ao cego,que, não vendo sua aparência monstruosa, recebe-o simpaticamente. Mas quando afamília do ancião retorna, reage com horror e expulsa o monstro.Declarando-se inimigo da humanidade, a criatura viaja para Genebra, onde mata oirmão mais novo de Victor - ele o matou quando o menino se apresentou como ummembro da família Frankenstein. Colocou então o menino no colo de uma jovem,que se encontrava adormecida. Esta era Justine, a ama, que foi sumariamente julgada e executada. O monstro então alcança seu propósito de reencontrar seucriador. Ele deseja uma companheira, tão medonha e deformada quanto ele próprio,que deveria ser criada por Victor.Este, a princípio, recusa, mas apieda-se do ser, que clama sua solidão e garanteque deixará a civilização para viver com sua companheira nas selvas da América doSul. Com o juramento da criatura de deixar a Europa, Victor concorda com o terrívelpedido.A terceira parte do romance começa com Victor evitando cumprir a sua promessafeita ao monstro. Seu pai pressiona-o a se casar com sua namorada de infância,Elizabeth, e ele aceita. Antes, porém, ele viaja para fazer estudos adicionais. Vaipara uma parte remota da Escócia, onde constrói um laboratório numa cabanaisolada. Em todos os momentos ele sente a presença do monstro, que o avisara:Todos os seus movimentos seriam observados, até que a promessa da criação de sua companheira  fosse  cumprida.

Victor vislumbra, porém, as implicações da tarefa a que havia se disposto - ele temeque o monstro e sua esposa não iriam para o exílio, em vez disso, povoariam omundo com demônios. Num ato de fúria ele destrói a criatura semi-construída emcima de sua mesa, e o monstro, que testemunhara o fato, promete: "Estarei contigona tua noite de núpcias". Primeiro o monstro mata o amigo de seu criador, HenryClerval, e, apesar de todas as precauções de Victor, estrangula Elizabeth em suanoite de núpcias.

Tomado pelo ódio, Victor persegue a criatura, que foge em direçãoao Norte. O monstro avisa: Pretende atraí-lo para "os eternos gelos do norte, onde você experimentará o tormento do frio e do gelo, o que para mim nada representam".
 
 
Quando os cães de seu trenó já estão morrendo e ele próprio agoniza, Victor éencontrado pelo Navio de Walton. Após contar a história, ele morre. Pouco depois,Walton encontra a gigantesca criatura na cabine, ao lado do corpo de Victor,lamentando por seu criador. Ele confessa a Walton seu ódio e sua culpa, e entãofoge, "saltando para a jangada que estava junto ao navio e logo depois foi impelidopelas ondas, perdendo-se na escuridão infinita."

 

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